
O mundo atual passa por processos de transformação velozes e radicais, influenciado que está por acontecimentos inusitados na economia, totalmente distintos dos problemas tradicionais vividos pela sociedade até então, e por essa razão impondo às empresas condutas cada vez mais inovadoras e heterodoxas.
A busca por desempenho superior, através da diferenciação, levou algumas empresas a sofisticar seus modelos de gestão, inflando custos, com ofertas de produtos e serviços que nem sempre obtinham o reconhecimento esperado dos clientes.
Há uma forte tendência de retorno ao básico bem feito, substituindo o tamanho pela agilidade, o foco no produto pelo foco no cliente e o desempenho a qualquer custo pelo desempenho sustentável. Mesmo sendo o conceito, de ser bom no que é básico, parecer simples, a grande dificuldade está em colocá-lo em prática de forma eficaz e competitiva.
Neste contexto, as lideranças mais valorizadas são aquelas que conseguem antever os momentos de incerteza e desenvolver métodos profiláticos de fortalecimento da corporação.
Quando isso não ocorre, muitas vezes a mudança necessária, na busca da eficiência operacional, obriga o gestor a uma conduta normalmente vista como desagradável e impositiva. Racionalização dos quadros funcionais, fechamento de fábricas, venda de unidades de negócios, reorganização do portfólio de atividades e produtos, cortes de custos, eliminação de privilégios. Trata-se de tarefa árdua e antipática, semelhante à de um cirurgião que para manter o paciente vivo se vê obrigado a amputar-lhe um membro. O impacto da ação e a lembrança do resultado dificilmente são esquecidos.
Diversas empresas, como consequência, investem em programas de transformação da cultura organizacional, de forma a alterar comportamentos e reconstruir toda a organização, na construção da revitalização. Para viabilizar essa mudança é fundamental que as pessoas estejam confiantes e se sintam comprometidas.
A tarefa de revitalização da empresa deve vir acompanhada de um sentimento coletivo de superação, de ganho de energia, capaz de sustentar as melhorias ininterruptas e gerar resultados consistentes e duradouros. Descobrem-se talentos e estimulam-se carreiras. Valorizam-se as pessoas e promove-se o desenvolvimento de uma cultura de transformação do modelo mental, buscando fazer mais com menos. Oxigenam-se as estruturas, mesclam-se competências.
É difícil, ao líder, nos momentos de incerteza, ter o equilíbrio adequado para bater e assoprar.
Marcos Sardas